One shot – Shots
- Só mais um shot Zoey! – Disse a rapariga de olhos azuis que se encontrava à minha frente.
- Lya, já estou “alegre” o suficiente, não achas? – Respondi-lhe, gesticulando os dedos em forma de aspas quando referi a palavra alegre.
A Lya é a minha melhor amiga, mudamo-nos para a Alemanha há três anos e meio. Ela é loira, tem olhos azuis, é branquinha, digamos que pode ser confundida com a típica alemã, mas não é, muito menos eu. As duas somos Portuguesas, conhecemo-nos na escola primária e a nossa amizade permaneceu até aos dias de hoje.
Apesar de sermos bastante diferentes no que corresponde aos aspectos físicos, pois eu sou mais baixa, olhos castanhos (às vezes cor de mel) e cabelos castanhos-escuros, somos muito idênticas de aspectos psicológicos.
Resumindo, somos as duas loucas!
- Zoey! Estás a ouvir-me? – Lya encontrava-se a centímetros da minha cara, de olhos arregalados.
- Não, desculpa Lya. Estavas a dizer…
- Estava a dizer que é o dia do teu aniversário! Por isso viemos à discoteca, sim? Não é para ires para casa “alegre”, mas sim bêbeda! Eu mantenho-me alegre e chamo um táxi logo que te ponhas a amalucar, ok? E nem experimentes dizer-me que não! – Lya gesticulou os dedos tal como eu fizera com a palavra alegre.
- Ok… - Retorqui-lhe ao pegar em mais um shot.
Passei a lima pela língua, era bastante acido, traguei de imediato o liquido que se encontrava no mini copo de vidro que eu mesma segurava na mão, ardia, mas era bom.
- Traga dois vodkas preto, por favor! – Disse Lya ao homem do bar que atendeu ao pedido em menos de um minuto.
- Eu pensava que te ias manter alegre.
- E vou, os vodkas são para ti, eu ainda não acabei o meu licor. – Mostrou-me o copo que continha um resto de líquido amarelo transparente.
- E logo dois? – Fiz-lhe uma cara de quem já não está a gostar da conversa, mas acabei por soltar uma rizada… o meu estado de “alegria” está a ficar cada vez mais “serio”…
- Toma, faz um penalti! – Entregou-me um dos dois copos com vodka e eu assim fiz, um penalti.
- No dia do teu aniversário faço-te beber um barril de cerveja!
- Ok, bebe este agora. Tens alguma preferência para a bebida seguinte?
- Não…
Comecei a chegar à fase da bebedeira/ maluqueira alcoólica, depois de umas quantas bebidas, perdi a noção do que fazia, totalmente.
(Bill)
- Hey, Tom, já podemos ir para casa? – Perguntei ao meu irmão gémeo que teimava em ficar na discoteca apinhada de gente.
Nunca me dei bem com discotecas cheias, gosto de sentar, beber calmamente e dançar, não de andar aos encontrões a toda a gente na pista de dança, nem de andar a beber à pressa só porque o meu irmão dissídio ir atrás de uma rapariga sei lá eu para onde, ou talvez saiba…
- Ok, Bill! Fogo, hoje estás uma seca!
- Estou farto de segurar velas, sim?!
- Arranjas uma miúda como eu e pronto! Mas ok, vamos para casa… já não vejo cá nada de jeito hoje. – Acabou por concluir abrindo caminho entre a multidão.
Segui Tom, reabrindo os caminhos que ele abriu, mas não de maneira a não ficar preso a meio…
- Olá borracho! Estás sozinho, que desperdício! – Uma rapariga agarrou-me pelo colarinho, nem sei como, mas agarrou, fazendo com que me baixasse e ficasse à sua medida. Era bonita, magra, cabelo comprido e escuro, olhos pequenos e castanhos, maquilhada de preto…
Beijou-me, sem mais nem menos, colou os seus lábios avermelhados nos meus, acabando até por me deixar um pouco do seu batom.
- Zoey! Casa já! Mas que grande maluqueira que tu apanhaste hoje! Desculpa lá rapaz, é o aniversário dela, não ia ficar pelo alegre. – A rapariga mais alta puxou a que me tinha beijado, arrastando-a para longe, de modo a perde-las de vista.
Dirigi-me à saída da discoteca onde o Tom já me esperava com o carro ligado e a trabalhar.
- Então Bill? Tanta coisa e ficaste lá dentro?
- Desculpa, perdi-te de vista e… - Entrei para o carro, pelo lado do pendura sempre seguido pelo olhar do Tom.
- Tens aqui batom vermelho. – Indicou com o polegar contra os meus lábios.
- Ham…uma miúda beijou-me do nada…
- O quê? Que grande sorte! – Tom sorria que nem um palerma, como se fosse uma coisa que ele nunca tivesse feito…
- Sim, pois…
Tom colocou a 1ª mudança e preparou-se para arrancar quando vi a tal rapariga, com a outra mais alta a segura-la, estavam a entrar para um táxi.
- Foi aquela! – Apontei para a baixinha que vestia um t-shirt justa, mas comprida, aberta por trás e com umas legins a combinar.
- A loirinha é gira. Ham… não a vi lá dentro… desperdício… - Fez um beicinho como se fosse uma criança que acabara de perder o seu chupa preferido.
- Cala-te! Só dizes asneiras, Tom!
- Olha que a que te beijou não fica nada atrás! Não lhe pediste o número nem nada?
- Ela beijou-me e foi-se. Achas que eu sou tu? Acho que não.
- Pena… - Fez o seu sorriso maldoso e tocou com a ponta da língua no pedaço de metal que tinha no lábio inferior. Típico…
Acabamos por arrancar a trás do táxi amarelo…
- Bill, chagamos.
- Hum? Sim!
Entramos em casa, olhei para o relógio da sala, era tarde, bastante tarde, o sol começaria a nascer dentro de umas poucas horas. Dirigi-me ao meu quarto, deitei-me sobre a cama e recordei o beijo.
Eu acho que gostei…como? Nem a conheço! Mas eu realmente gostei, como se ela fosse a tal!
Será?
Voltarei a vê-la?
Fim
*PhiK.*
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Mais uma :$
Espero que não gostem x)
E Comentem ^-^
Eu sei :S esata one shot tem um fim em aberto... mas é mesmo assim :$ o final fica à imaginação de cada um... e talvez... se me pedirem, eu talvez a continue x)
Kuss
