segunda-feira, 25 de abril de 2011

OS - Shapir

Ela saiu do carro, um descapotável preto, trajada com um vestido preto, corpete apertado em cima e a saia de folhos rodada em baixo, com pormenores a vermelho. O cabelo solto, negro como o carvão, até o fundo das costas, com umas madeixas vermelhas vivas por todo ele. A maquilhagem negra, em volta dos olhos verdes, contrastava com a pálida pele do seu corpo, lábios vermelhos e finos.
As botas de salto alto, com umas pequenas fivelas que pendiam minúsculas caveiras de prata com uma rosa na boca, igual à caveira que tinha na pulseira de pulso e às que mantinha nas ligas das meias de renda preta por baixo da saia do vestido.
Ela caminhou até à porta da mansão branca, onde Fernando a esperava com um sorriso maroto nos lábios.
Sorriu-lhe vagamente, enquanto os seus olhos guardavam a imagem da linda mansão. Sentiu o braço do homem envolve-la pela cintura e os seus lábios pressionarem o canto dos seus lábios.
Fernando encaminhou-a para dentro da sua casa, sem dar-se conta que a rapariga mirava cada canto luxuoso da casa. Alegrava-se e vangloriava-se por tela ali consigo.
- Vou mostrar-te o quarto em que podes ficar, Shapir. – Disse-lhe levemente, pensando em quanto tempo demoraria até tela no seu quarto.
- Claro, Fernande. – Ela sorriu-lhe, enquanto ele franzia a tenta perante o seu nome dito num sotaque meio francês. Devia estar habituado, pois sabia que ela era francesa, mas mesmo assim ainda estranhava o seu nome dito daquela maneira.

Ao entrar no seu quarto, Shapir soltou um suspiro. Era quase do tamanho de uma sala, com uma cama enorme com o dossel, em tons de branco e vermelho. Tinha uma penteadeira, sofás, uma lareira, um armário enorme com roupas feitas à sua medida. Ela poderia habituar-se a esta vida de princesa encantada, mas para isso, teria de aceitar o pedido de casamento de Fernando e ainda não sabia se deveria mesmo faze-lo. Eram amigos há mais de dois anos, quase namorados, embora ela não admitisse a si mesma que era esse o objectivo que ele já tivera à muito tempo atrás.
Livrou-se dele dizendo que iria ambientar-se ao seu novo quarto e, embora relutante, ele tinha-a deixado sozinha.
O jogo de criquet, montado a cavalo seria dali a poucas horas, por isso teria de mudar de roupa, mas primeiro mataria a curiosidade e vaguearia um pouco pela casa.

Ele olhou uma silhueta alta e magra, cheia de curvas e vestida com um traje provocante.
Percorreu o seu corpo de aixo para cima, encarando com uns olhos verdes, que o olhavam fixamente também.
- Oh, Shapir, estás aqui! – Fernando apareceu atrás da jovem, que pelos vistos se chamava Shapir e ao olhá-lo, rodeou-a com os braços, em volta da sua cintura definida. – Vejo que encontras-te o Bill.
Ela olhou Fernando e voltou a olhar o jovem Bill, que se encontrava sentado em um banco na sua frente, calcando as botas de montaria.
- Bill, esta é a Shapir, minha, hmm… - Fernando procurou a palavra correcta, olhando para Shapir que o encarava de olhos semi-cerrados.
- Bom, espero que possa dizer noiva em breve. – Ele sorriu-lhe e ela voltou a olhar Bill, que arqueava uma sobrancelha, confuso.
- Um prazer conhece-la senhorita Shapir. – Bill falou pela primeira vez, deixando Shapir impressionada pela voz melodiosa do jovem que pegou a sua mão e rosou os lábios nela, demorando um pouco mais que o previsto.
A sua pele arrepiou e sentiu o rosto corar quando Bill a encarou novamente. Não era normal sentir-se assim diante de um homem, mas pareceu-lhe que se Fernando não a segurasse com os seus braços na sua cintura, cairia para o lado de tantas sensações que se ajuntaram em apenas uns segundos.
Fernando pigarreou, quebrando o contacto visual dos dois jovens.
- Bill pertence à equipa adversária com que jogaremos hoje. – Advertiu-a num tom meio ríspido. – Ele tem de se preparar para o jogo Shapir, vamos retirar-nos. Até logo Bill.
Os braços de Fernando forçaram-na a voltar-se para a saída, quase na porta, virou-se mais uma vez para encontrar os olhos cor-de-mel de Bill fixando-a, ela esboçou um sorriso em despedida e mexeu os lábios num ‘Boa sorte’.

Bill perguntava-se o que acontecera ali. Ao pegar a mão da rapariga, tinha sentido um formigueiro agradável percorrer-lhe o corpo e dai para diante, não tinha conseguido deixar de olha-la. Mas tinha de se preparar para o jogo e ganhar ao arrogante Fernando.
Esse era o objectivo que o tinha trazido ali com a sua equipe de montaria.
Ganhar a taça de prata que estivera na sua família até o irmão gémeo de Bill a ter perdido num torneio de montaria com aquele homem.

- Não devias andar pela casa sozinha, Shapir. – Fernando avisou-a ao parem na varanda com vista para a sua mega piscina. Ela olhava curiosa aquela maravilhosa visão, sem dar quase atenção ao que o seu ‘futuro noivo’ lhe dizia. – É grande e podes perder-te, ouviste-me? – Ela acenou afirmativamente com a cabeça. – Bom, tenho um presente para ti.
Ela virou-se com o senhor franzido e curiosa. – O que é? – Indagou.
- Vira-te. – Ela obedeceu.
Sentindo algo frio conta a pele nua do pescoço, as mãos ásperas de Fernando rosaram a sua nuca.
- Podes ver.
Caminhou até um espelho situado no corredor que dava acesso à varanda e olhou a gargantinha de couro preto que se lhe ajustava à pele branca e frágil do pescoço.
Era perfeita e linda, com uma caveira de lado em prata e a rosa vermelha na boca.
Tal como as que tinha pela rua roupa e acessórios!
- Oh, Fernande, merci.
Ele virou-a para si e beijou-lhe os lábios.
A principio, ela deixou-se levar, quase entreabrindo os lábios para permitir a língua dele tocar a sua, mas uma sombra alta com roupas pretas que ela tinha visto à poucos minutos atrás, entrou e saiu do seu campo de visão e ela soltou-se dele.
- Non, Fernande. Ainda não estou pronta para estas coisas. Merci pelo presente.
Virou-se e caminhou para onde tinha visto a sombra se dirigir.

Bill tentou não dar a conhecer a sua presença no corredor onde se deparara com Shapir e Fernando aos beijos.
Algo no seu coração estava apertado e só quando uma coisa húmida caiu no seu braço, se deu conta que chorava!
Ele não chorava por uma coisa assim!
Não era normal. Algo estava errado com ele.
- Pardon? – Uma mão suave e carinhosa tocou o ombro de Bill e ele virou-se para encontrar os olhos verdes de antes encará-lo com um rasto de preocupação. – Desculpa, estás bem?
- Hum? Oh, sim, estou. Obrigada.
- Perdoa o meu mau português. Sou Francesa. – Sorriu-lhe docemente e então a sua mão dirigiu-se a bochecha dela. Mas parou antes de toca-la.
O que estava a fazer?
- Adoro o teu sotaque. – Encontrou-se dizendo e finalmente tocou-lhe a face.
Parecia que ia partir-se ao seu toque, mas era uma pele tão branca e aveludada que nunca tinha visto algo igual.
- Merci, é um cavalheiro. – Ela corou e ele deixou cair a mão ao lado do corpo.
Não devia tocar a noiva de Fernando, ele ficaria fulo se os visse sequer a falar, sozinhos, num corredor.
- O seu noivo? – Forçou-se a questionar.
- Noivo? – A expressão dela passou para algo parecido com incerteza e raiva. – Ele non é meu noivo. Ele quer ser.
- Bom, mas não namorados. – Porque estaria ele a fazer tais perguntas? Estava mesmo algo de errado consigo mesmo.
- Non! – Ela falou num grunhido. 
- Eu… eu vi o beijo… e pensei que…
- Non, Bille. – Ele sorriu ao ouvir o seu nome no sotaque delicado dela. Ela carregava mais no ‘e’ do que normalmente se deveria. Mas adorava ouvi-lo assim da boca dela… os lábios dela…
Abanou a cabeça tentando voltar à realidade.
Ela suspirou. – Non, interpretes mal o que vês.
- Tudo bem, e também não tinha na a ver com isso.
Shapir assentiu levemente e tornou a sorriu, mas um sorriu meio forçado e desconfortável.
Bill despediu-se dela com um aceno e retirou-se, dirigindo-se aos estábulos para pegar o seu cavalo, estava na hora de o preparar para o jogo.

Shapir tinha mudado de roupa, vestindo um vestido mais formal, preto e vermelho, corpete na parte de cima como habitualmente usava mas era liso e comprido, Com umas sandálias de salto agulha e fivelas pretas com ardonos vermelhos a combinar com a gargantilha dada por Fernando.
O cabelo estava preso com uma rosa vermelha no meio e puxado para cima do seu ombro direito, com um chapéu preto com uma risca vermelha em volta. E a maquilhagem fora substituída por uma sombra negra mais leve.
Após caminhar para o jardim onde ocorreria o jogo, sentou-se numa cadeira destinada a ela longe da plateia, onde poderia ver o jogo na melhor das visões. Tinha também um servente que lhe fazia sombra dom uma espécie de folha gigante.
Estas regalias deviam-se a riqueza abundante de Fernando.
O jogo começou, Fernando lançava frequentemente olhares para ela, mas ela ignorava-os e olhava para Bill, que sempre a tinha na mira também.

Fernando apertou o taco de criquet na mão, a sua ‘amada’ estava sempre a olhar o desprezível Kaulitz.
Felizmente, sabia que ao derrota-lo, ele teria de partir imediatamente da sua casa e ela nunca mais o veria. E a sorte parecia estar do seu lado, pois continuava a marcar pontos e já ia bastante avançado em comparação à equipa adversária.
A vitória já era garantida! E não só num sentido.

Bill suspirou, havia perdido e tinha de ir arrumar as suas coisas. Iria partir de imediato, pois não permitiria ser-se submetido a mais humilhação.
Lançou um último olhar à cadeira onde Shapir deveria estar mas não a encontrou, Devia estar a comemorar a vitória com o seu namorado ou lá o que ele fosse.
Com uma profunda tristeza, afastou-se da sua equipe e entrou dentro da casa, andando pelo corredor iluminado onde falara com Shapir pela última vez.
A última vez mesmo, nem se despediria dela para não sair mais magoado e humilhado.
- Bille? – Uma voz sua conhecida soou atrás de si. Então aquela mão suave o tocou e ele encarou-a de frente.
Estava linda naquele traje mais clássico. Ela era linda.
- Shapir. – Murmurou controlando os batimentos do seu coração. – O que fazes aqui?
- Je ne sais pas. – Ao ver a cara do rapaz, Shapir se deu conta que tinha falado a sua língua materna e corrigiu-se. – Desculpa-me, eu disse que não sabia…
- Shapir… - Bill suspirou e deu um passou mais perto dela. Logo tocou o seu braço com a mão e deslizou até ao seu pescoço e num desejo incontrolável, colocou a sua outra mão na cintura dela, puxando-a para si e beijou-a.
Primeiro suave de doce e logo, profundo e urgente. Ela abriu passagem para as suas línguas se tocarem, ela era doce e pura.
Sentiu, então, as mãos dela agarrarem o seu cabelo espetado numa crista e agarra-lo com ardor e paixão. Mas o ar faltou e separaram somente os lábios uns centímetros, ofegando.
Ela soltou uma risada pequena e ele a beijou mais profundamente, enquanto as suas mãos voavam pelo corpo esplêndido dela.
- O que vamos fazer? – Ele perguntou, e ela entendeu ao que ele se referia.
Levando as mãos à nuca, desamarrou a gargantinha de Fernando e atirou-a no chão.
- Primeiro, mon amour, livrar-me disto. – Riu e beijou-o. – E agora, vamos sair daqui, vamos para onde quiseres ir.
- As tuas palavras são ordens. – Sem parar de beija-la, levantou-a e saíram da mansão.
- Shapir, acreditas no amor à primeira vista?
- Desde que olhei para ti, acho que não podia, non acreditar Bille. – Bill beijou-a mais uma vez e Shapir sorriu ao tocar a face pálida dele.
- Não levas nada? – Shapir perguntou curiosa.
- Levou-te a ti e ao nosso amor, não chega? – Beijou-lhe a testa e depositou-a no banco do seu carro.
- Por mim basta. – Sorriu, passando a mão pelos lábios inchados dos beijos.
Sim, para quê levar coisas tão sem valor, quando se tem o que se mais precisa e quer ao seu lado? Nada.
Poderia mandar alguém buscar as coisas mais tarde, agora só queria ter Shapir ao seu lado.


Bom, primeiro feliz pascoa (atrazado)...
Vou tentar postar mais um capitulo da fic ainda esta semana, ele já ta quase escrito, por isso... ^^
Well, a vossa pascoa foi boa?
A minha foi... estranha O.o
Nao sei se eide rir ou chorar xD
Não interessa xD Esta OS foi inspirada num videoclip, por isso não tá nada por ali alem, mas apeteceu-me escrevela e coise...
E bem, eu até postava já o capitulo da fic, mas tenho de ir pa caminha... talvez amanhã de tarde eu poste ^^
Amo-vosss <33'
Kiss