domingo, 20 de maio de 2012

OS - Always You



One shot

  Expectative x Reality:
                      
                                  Always you 

  “ Sinto o toque dos teus lábios na pele nua das minhas costas, o arrepio subir-me pela espinha a cima, tornando a minha pele lisa em pele de galinha; um pequeno e descontrolado gemido sai pelos meus lábios num protesto de prazer e as pálpebras pesadas dos meus olhos abrem-se um porco em surpresa pela espontaneidade de como o meu corpo reagia a ti.
  O suave toque das tuas mãos nos meus braços lançam uma incontrolável sensação de prazer e bem-estar instantâneo sobre mim e não sei porque estou a sentir tantas coisas com tão simples gestos.
  Sinto um imenso assombro por ver como consegues o que queres de mim com apenas algumas horas de conhecimento.
  Penso em como devia ser errado o que estas a fazer-me, mas sinto que é tudo tão certo, como tudo parece tão perfeito.
  Então, deixo ir… e penso, que nada pode correr mal, penso em apenas viver o momento e esquecer o resto; penso em como será bom enquanto durar e como me sentirei ótima quando acabar; por não estar apaixonada por ti, por não ter ligações emocionar contigo; penso…”

  Desligo o despertador, que por acaso é o meu telemóvel e que se encontra por debaixo da minha almofada. Enrolo-me nos lenções e desenrolo, repito e depois de contar até vinte, e mais outros vinte, levanto-me e dirijo-me à casa de banho.
  Então é em frente ao espelho, fixando os meus próprios olhos ensombrados pelas olheiras das longas noitadas feitas ultimamente que eu me lembro que talvez seja hoje; talvez eu o veja novamente hoje…
  Um pequeno sorriso forma-se nos meus lábios num humor negro, numa ironia contida, porque eu sei que no fundo, eu tenho dito isso a mim mesma no último ano.
  Porque sim, já passou um ano, faz hoje precisamente um ano que eu te vi pela primeira vez.
  E faz um ano que eu estou obcecada.
  Porque já não sei se consigo chamar outra coisa, senão obsessão, ao que sinto por ti.
 
***

  - Estás pronta? – Rachel questiona pela enésima vez na última meia hora.
  - Quase. – Resmungo enquanto revejo o meu vestuário e maquilhagem. – Achas que o vou encontrar hoje? Mandaste-lhe alguma mensagem?
  - Como nos últimos dias? Sim, mandei. – Um sorriso radiante ilumina-lhe o rosto jovem e o meu coração salta uma batida. – Ele vem da penha de Espanha hoje lá para as duas ou três da manhã, como no ano passado.
  - Eu tenho de vê-lo. – Digo, mais para mim do que para ela.
  - Vais vê-lo, não te preocupes. – E empurra-me para a saída do meu quarto.
  Rachel é minha prima, um ano e meio mais nova que eu, mas damo-nos como se fosse-mos da mesma idade.
  - O teu namorado vem connosco hoje? – Indago com um olhar matreiro.
  - Vem, sabes que sim. – E sorri-me, mas logo se poe seria e acena para algum ponto atras de mim.
  - Ola amor. – Diz uma voz masculina e minha conhecida. Eu viro-me.
  - Oi. – Digo, constrangida. – Não sabia que saias são cedo e que vinhas connosco.
  - Era para ser surpresa. – E inclinasse para mim, pressionando os lábios nos meus; então penso em como aquele beijo nada tem a ver com os dele; e volto a pensar em como estou sempre a comprar as coisas a ele.
  - Foi mesmo uma surpresa. – Replico ao forçar um sorriso. 
  - Achas que te deixava ir assim vestida e sem o namorado para afugentar os outros que se babão para ti? Nem penses. – Rodeou com um braço fino a minha cintura e uma imagem de outro braço, magro, mas mais musculoso que este, passa pela minha mente num flache e trinco um lábio para me conter de me afastar. – Vamos então?
  - Claro. – Respondi rapidamente.

***

  Peguei um cigarro do maço cheio e levei-o aos lábios, acendendo-o de seguida e inspirando aquele fumo intoxicante mas relaxante para dentro dos meus pulmões.
  Oh, como aquilo podia relaxar um pouco os nervos!
  - Toma, sei que precisas. – Rachel encaixou um copo de vodka peta na minha mão e eu ergui uma sobrancelha, ao que ela respondeu com um sorriso e eu limitei-me a levar o copo aos lábios com uma sacudida de ombros.
  Observei a minha prima tirar um cigarro do meu maço e depois acendê-lo, então desviai a minha atenção para o meu namorado, que jogava à bola com outros rapazes da sua idade.
  Garotos. Pensei imediatamente.
  E não eram mesmo? Todos mais novos que eu, em 4 anos.
  Em pouco mais de 4 meses serei considerada pedofila por namorar um menor de idade. Gozei comigo mesma.
  - Já são duas da manhã e não há maneira do Adam ir embora. – Rachel queixou-se. – Phi, sei que não o amas, porque continuas com ele?
  Eu já me tinha feito a mesma pergunta e outras pessoas também, mas a resposta era sempre a mesma.
  - Porque tem de ser, se o Alex não me amar, - engoli em seco – se ele gostar mesmo da atual namorada, bem, eu tenho de seguir em frente, desta vez, definitivamente, mas eu preciso de encerrar este capitulo da minha vida, preciso que ele me diga que não me ama e não me quer na minha cara, para eu puder mentalizar-me e seguir em frente, para não ficar a pensar nos ‘e se’ como tenho deito por um ano inteiro. E o Adam gosta de mim, gosta como nunca nenhum rapaz gostou e eu sinto-me melhor quando tenho uma alternativa para o vazio que o Alex deixou. E é como se o Adam fosse um porto seguro, um passe para seguir em frente, porque se o Alex disser não, eu tenho onde me agarrar, onde começar do zero. – Dou mais uma passa no cigarro e espero o efeito calmante da nicotina na minha corrente sanguínea tomar conta de mim. – Eu sei que não entendes totalmente, sei que estou a ser egoísta para com o Adam. Principalmente porque não o amo e continuo a fingir para ele que sim. Também sei que se o Alex quiser ficar comigo, eu vou acabar imediatamente com ele e ele vai ficar ferido e muito magoado por tê-lo utilizado. Mas eu preciso dele, eu tenho de ter uma via de escape para me puder agarrar se as coias não correrem bem. Eu sei que não estou a ser justa, que estou a pensar mais em mim do que nele, mas eu não posso, - Interrompi-me e suspiro – eu não consigo fazer isto de outra maneira. Simplesmente não dá. Não sou tão forte como dou a parecer.
  Levei a mão esquerda ao pulso da mão direita, tocando, inconscientemente, como sempre acontecia, a pulseira de corrente metalizada preta e fria que lá se encontrava; deslizei os dedos por toda ela, em busca da pequena chave no formato de coração e apertei-a de encontro à minha pele quente. Os meus olhos logo desceram ao encontro do pequeno objeto e então um sorrisinho surgiu nos meus lábios ao recordar o que aquela chave tinha significado para mim ao longo dos últimos meses.
  Ela guarda a nossa história. Pensei e senti os meus pulmões apertarem num desespero por mais ar.
  - Está tudo bem. – Rachel acordou-me dos meus devaneios ao tocar no meu ombro, num gesto de apoio.
  - Não, não está. – Repliquei quase que bruscamente, mas suavizei com um sorriso de desculpas. – O Adam apaixonou-se um ‘eu’ que nunca ninguém gostou, ele apareceu como um anjo da guarda. – Ri em ironia, porque eu não tinha muita fé nas coisas, nem nas pessoas, simplesmente era muito retorica no que se tratava de religião. – Ele conheceu-me quando eu usava vestidos, saltos, muita maquilhagem e cabelos esticados. E mesmo assim, ele só se apaixonou por mim quando eu estive naquela faze má, quando eu estava a desistir, quando eu estava desleixada e usava calças de canga, camisola surrada, sem maquilhagem quase nenhuma e os cabelos alvoriçados. Quando estava em baixo e não me importava comigo, quando não tratava sequer de mim mesma. – Levei uma mão ao meu cabelo esticado e em prefeito estado e olhei o meu vestido justo e curto com vários tons, acabando nos sapatos de salto fino e com cerca de dose sentimentos de altura. – Ele gosta de mim assim também, mas ele apaixonou-se pela ‘eu’ mais simples, enquanto o Alex nunca o viu, por isso tenho um certo receio.
  - Eu sei, não precisas me explicar mais. – A minha prima suspirou pesadamente. – Não acho justo para o Adam, mas não te recrimino por nada, sabes bem que não. E também sabes que nunca o vou fazer e te vou ajudar sempre.
  - Obrigado. – Agradeci abraçando-a.
  - Uh, temos de nos livrar do Adam antes que o Alex chegue. – Conspirou animada. – Olha, lá vem ele.
  Adam dirigiu-se a mim, colocou a mão esquerda na base da minha nuca e a direita na minha bochecha, puxando-me para um beijo.
  - Tenho de ir embora. – Disse como que em explicação para tal gesto. – Vão ficar aqui?
  - Não, vamos para a Lusitana. – Respondi de imediato, ficando em pé e puxando a minha prima atras de mim.
  - Então acompanho-vos até lá.
  Adam abraçou-me por trás e uma memoria voltou a mim.
 
  “ Separamos os nossos lábios, e apesar de eu querer mais, contive-me. Ainda estava surpresa por ele me ter beijado ali, era a primeira vez que o fazia sem estarmos num lugar mais escuro e vazio. E eu tinha adorado.
  Então senti os seus braços fortes rodearem-me a cintura fina e os seus lábios encostarem próximos ao meu ouvido.
  - Estou com um problema. – Riu e eu senti ao que ele se estava a referir.
  - Humhum. – Murmurei ainda entorpecida pelo beijo devastador de á minutos atras.
  - Agora temos de ir assim. – Disse, e começamos a andar assim, abraçados e uma onda de alegria varreu-me, indo direto ao meu coração.”

  Balancei um pouco a cabeça para afastar novamente as comparações que fazia inconscientemente e as recordações que teimavam a vir à tona regularmente.
  - Posso? – Adam retirou-me dos meus devaneios de forma definitiva ao apontar para a minha mala, acenei, sabendo o que ele queria. – Obrigada querida. – E retirou o meu maço, tirando três cigarros e passando um a mim e outro à minha prima enquanto acendia o seu próprio.
  - Devias parar de vos fornecer cigarros, vocês acabam com os meus maços num abrir e piscar de olhos. E eu não sou vossa mãe para estar a sustentar os vossos vícios, já me basta sustentar os meus. – Resmunguei em tom de brincadeira.
  Então chegamos à porta da Lusitana e Adam inclinou-se para o usual beijo de despedida, mas quando despreguei os meus lábios dos dele e me afastei do seu abraço, visualizei um casal aproximar-se pela rua contrária e o meu coração pareceu parar, como sempre acontecia quando estava na presença dele ou quando pensava nele.
  - Até amanha. – Procurei despedir-me o meu rápido possível. Dando a Adam outro beijo mais fugido e puxando Rachel para o ‘bar’ da penha Lusitana, saindo assim, do campo de visão de Alex.
  - Olha ela! – Uma voz divertida saudou alegre de trás do balcão e inclinei-me para o cumprimentar sorridente.
  - Piton! - Guinchei alegre por ver mais uma cara amiga.
  - Há quanto tempo heim? Só sabes estar lá em Lisboa, não?
  - Não, eu vim cá na pascoa, mas não te vi. – Falei, tentando não pensar nessas horríveis ferias.
  - Eu não sabia. – Desculpou-se pegando dois copos limpos. – Fino ou sangria?
  - Fino. – Rachel respondeu e eu acenei também.
  - Boa. – Começou a encher os copos com a cerveja amarela que saia dos barris a pressão. – Isso é tudo para o Alex? – Inquiriu, apontando para a minha roupa.
  - Não. – Menti, corando.
  - Claro. – Ironizou e então acenou para o espaço atras de nós. – Temos sofás este ano, sentem-se.
  - Ena, isto está a evoluir. – Brinquei. E pegando nos copos, dirigi-me a um sofá, seguida por Rachel.
  Piston é um amigo de Alex, que se deu lindamente comigo na altura em que eu andava com ele e até agora, eramos amigos também.
  - Maço. – Pediu Rachel esticando a mão. Ergui uma sobrancelha, mas tirei o maço e dei-lho para a mão.
  - Porque não compras um só para ti, daqui a nada tenho de ir comprar outro. – Refilei, sabendo que era em vão que estava a dizer aquilo.
  Ela respondeu com um aceno e eu levei o copo de plástico aos lábios, sorvendo um gole daquele líquido fresco e de sabor amargo. Lembrei-me também que não devia estar a fazer misturas, mas encolhi os ombros mentalmente e olhei, nervosa, a porta.
  Recostei-me no encosto do velho sofá, tentando relaxar, acendi mais um cigarro e observei a bola de espelhos, no teto, que emitia uma mistura de varias luzinhas coloridas por todo o espaço e absorvi a música que saia da aparelhagem oculta atras do balcão de pedra.
  - Alex! – Ouvi a voz alegre de Piston saudar.
  Sem olhar, retirei o meu telemóvel da minha bolça e fingi que estava a escrever uma mensagem.
  - Vou buscar mais bebidas – Rachel falou de repente, mas eu percebi que não era só essa a intenção dela.
  - Ok. – Acenei sem a olhar, com medo que eu me traísse e olhasse em direção a ele.
  Tentei focar a minha total atenção no ecrã do telemóvel, mas mesmo assim ouvi os animados cumprimentos vindos do balcão, e mais de uma voz feminina.
  Um copo com cerveja foi colocado na minha frente e ergui o olhar para agradecer a quem devia ser a minha prima. Mas não era.
  - Alex. – O nome dele brotou dos meus lábios involuntariamente, como numa suplica.
  Tentando disfarçar o repentino aperto na minha garganta, estomago e coração, levantei-me para o cumprimentar com um fingido sorriso nos lábios.
  - Tudo bem? – Perguntei enquanto encostava os meus lábios na pele lisa da sua bochecha.
  - Ótimo e tu? – Um súbito prazer percorreu o meu corpo quando os lábios dele tocaram a minha bochecha e, talvez impressão minha, se demoraram mais lá do que seria suposto.
  - Claro. – Menti e reparei nas duas figuras femininas que se juntavam a nós.
  - Obrigado pela ajuda com as bebidas Alex. – Rachel falou para anunciar a presença dela e da outra rapariga.
  - Não foi nada. – Lançou aquele sorriso que nunca me saia da mente e subitamente pareceu se lembrar de apresentar a presença extra: - Esta é a Filipa, minha namorada.
  A outra rapariga, Filipa, que eu já tinha visto em fotos, cumprimentou-me e não pude deixar de pensar que ela não tinha culpa por gostar do mesmo rapaz que eu.
  - Sou Phillipa, também, mas trata-me por Phi. – Sorri-lhe cordialmente.
  Ambos se sentaram no sofá em frente a mim e à minha prima, que, habilmente, iniciou uma conversa com Filipa.
  Elas conversavam animadamente, bebericando as suas bebidas e eu não pude deixar de notar que eu e o Alex nos mantínhamos em silêncio, absortos nos nossos próprios copos.
  Constrangida, e tentando fazer algo, levantei o maço de cigarros meio vazio com a mão esquerda.
  - Alguém quer? – Questionei prendendo um entre os meus lábios.
  - Sim. – Alex pegou o maço, tocando, sem querer, na minha mão, enviando uma corrente eletrizante em mim. Os nossos olhos prenderam-se num segundo a mais e quase tive a certeza que ele sentira aquilo também.
  - Aqui vai uma dose de shots. – Piston interrompeu, colocando vários copinhos pequenos à nossa frente e enchendo-os com um líquido caramelizado.
  - Não sabia que agora também tinham shots aqui. – Falei supressa.
  - Não temos. – Respondeu-me com um sorriso enigmático nos lábios. – São só para o pessoal da penha, mas faz de conta que fui eu que os bebi. – Explicou divertido, piscando-me o olho e eu ri, pegando num dos copinhos e engolindo num trago rápido o liquido doce e ardente.
  - Quase tão bons como o do Poty’s. – Brinquei ao ver a careta que a minha prima fazia ao engolir o dela.
  - Phi, por acaso não queres por o pessoal a dançar? – Perguntou-me Piston ao servir mais uma dose de shots. – Isto está um pouco morto.
  - No chão ou em cima do balcão? – Gozei, ignorando o olhar inquisidor de Alex.
  - Onde quiseres querida. – Piston apontou o balcão de pedra e eu, apos engolir mais um shot, segui-o.
  Subi para cima do balcão através dos barris de cerveja, tal como tinha feito no ano passado na penha vizinha a esta.

  “ Balancei ao som da música berrante, sentindo que o álcool ingerido durante a noite fazia o seu trabalho, sem a costumeira inibição que sentia, não me importei que o vestido curto e justo mostrasse mais do que devia por estar em cima de um balcão.
  A pequena penha estava cheia, montes de corpos dançavam abaixo de mim e eu deixei-me levar na onda de extasie e esquecimento que tudo aquilo me provocava.
  Tentando esquecer o modo como me trataste.
  Esquecendo que nem sequer te dignaste a me vir cumprimentar só porque estavas com alguns amigos…
  Tentando esquecer-me de ti.”

  Afastei o rumo errático que os meus pensamentos estavam a levar e continuei a dançar, reparando que o espaço que chamávamos de ‘pista’ estava muito mais cheio que á poucos minutos.
  Então, ofeguei surpresa ao sentir um braço envolver a minha cintura e dei meia volta, pronta a empurrar o dono daquele membro.
  - Alex! – Gritei surpreendida e consciente do quanto estávamos próximos, corpo e lábios. – Onde estão as… - Virei a cabeça para procurar a minha prima e a namorada dele.
  - Foram à casa de banho e comer alguma coisa. Vão demorar. – E então colou os lábios bem perto dos meus. – Vamos. – E puxou-me para o chão, para fora da penha.
  Senti uma onda de alegria invadir-me, notei as nossas mãos entrelaçadas, a minha pequena na grande dele, enquanto me puxava para um beco somente iluminado pela luz da lua e não tao desconhecido para ambos.
  Alex parou, empurrando o meu corpo contra a parede de pedras ásperas que formavam uma velha casa com o corpo dele, os seus lábios já estavam colados aos meus em menos de uma respiração, a sua língua doce e suave tocava a minha, então só os lábios, mexendo-se com os meus numa única sinfonia.

  “ – Sem língua. – Repetiu e eu corei.
  - Desculpa, é o instinto. – Expliquei sorrindo e focando novamente os lábios dele.
  - Outra vez.
  E avançou com os lábios carnudos e rosados para os meus, finos e pálidos.”

  Senti as mãos dele percorrerem as michas cochas nuas e separei os nossos lábios para respirar.
  Estava tudo tão bem, sabia tão bem.
  As mãos subiram mais, subindo um pouco o vestido colado ao corpo e provocando a resistência do elástico das minhas cuecas de seda e renda.
  - Para! – Ofeguei de repente, afastando-o.
  Andei algumas passadas para longe dele, não fosse eu sucumbir aquela loucura.
  - O que foi? – Perguntou-me confuso, Tentando alcançar-me mais uma vez.
  - Tenho namorado. – Lembrei a ambos. – E tu namorada. Se tu tens o costume de trair as tuas namoradas é problema teu, eu cá não tenho esse costume. – Falei de rajada, antes que me arrependesse.
  - Não foi isso que me constou. – Alex falou rispidamente, com uma expressão zangada.
  - Não sei o que te disseram, mas não me importa. A culpa é minha por ter-te deixado pensar o que quisesses no ano passado.
  - E o que é que me deixas-te pensar de ti que fosse errado? – Ironizou e eu senti ainda mais culpa.
  - Uma vez insinuas-te que eu andava com todos e mais alguns. Mas não é verdade, naquela altura tinhas sido o segundo rapaz com quem tinha estado, só tinha tido um namorado antes de ti, mas quando fizeste aquela insinuação, não afirmei nem neguei, só ri e penso que tomas-te aquilo como uma afirmação.
  - Sim, é verdade. – Abanou a cabeça. – Mas e quanto a não traíres? Disseram-me que beijas-te dois gaijos quando ainda curtíamos. Aquele francês e outro qualquer.
  - Isso não é traição! – Resmunguei. – O tal francês era meu amigo, foi uma oposta, só um bate chapa que até dou a raparigas se for preciso e o outro, não fui eu que o beijei. Estava a dançar em cima do balcão, desci porque a minha prima me chamou e ele só veio, agarrou-me e espetou-me um beijo e foi-se. Não me deu tempo nem para piscar. Alem disso, o francês tentou curtir comigo enquanto andávamos e eu disse que não. E mesmo depois de acabarmos, continuei a negar-me a ele! Por isso não me venhas com isso.
  - Está bem, desculpa. – Abraçou-me, encostando carinhosamente o queixo no topo da minha cabeça, enroscada no seu peito.
  - Quando te conheci, eu tinha acabado de sair de uma outra relação, o tal único namorado a sério que tive. Quando começamos a curtir, pensei que não me ia apaixonar, que era uma daquelas coisas de aproveitar enquanto durar e depois que se lixe o resto. Tínhamos acabado de nos conhecer, nem sei o que me deu, nunca me tinha envolvido com ninguém no primeiro dia que o conhecia e depois fazias-me sentir tantas coisas que nunca tinha sentido, eu já nem me lembrava do meu ex nem nada. Estar contigo era uma explosão de sentimentos enorme. – Desabafei pela primeira vez, contando a verdade que vinha guardando. – Pensava que era só desejo mutuo, que uma vez saciado, desapareceria. Mas quando naquele ultimo dia que nos vimos, na piscina, me tratas-te tao mal, tu nem olhaste para mim quando te disse olá; nem mesmo quando estava sentada ao pé de ti e tinhas as tuas duas amiguinhas mais a minha prima em cima de ti, não te importas-te comigo. Ignoraste-me e ai eu já sabia que me tinha envolvido demais contigo, tinha colocado amor onde não devia. E quando ia embora e me virei para trás, estavas de pé, a andar em direção às tuas amigas e pegas-te uma quando ela correu para ti, sorriste-lhe e eu só sentia dor, mágoa, desilusão. Eu quase chorei nesse dia, mas eu não podia, tinha prometido a mim mesma que nunca choraria por um rapaz e nesse dia não chorei.
  Os seus braços apertaram-me um pouco mais contra ele, como num gesto de apoio e as suas mãos afagaram-me os cabelos com ternura.
  - Todos os namorados que tive a seguir foram uma forma desesperada que arranjei para te tentar esquecer, mas sempre que estava com eles, só os comparava a ti, estava a ficar cada vez pior. Vim nas ferias da pascoa à procura de uma resposta, para por um ponto final na nossa historia, mas não nos encontrámos, pensei que me estavas a evitar e no dia da minha partida desisti, completamente, continuava a amar-te, mas tinha de seguir em frente, desta vez em definitivo, e ai apareceu o Adam e eu agarrei-me a ele como a uma boia de salva vidas, voltei para Lisboa e nesse mesmo dia, na internet, vieste me pedir desculpas por não teres ido ao aniversario da minha prima, onde eu tinha estado também, à tua espera, e disseste-me que gostarias de me ter visto, deste-me esperança novamente, disse-te que nos veríamos no verão e até brincas-te comigo, mas então, um mês depois, lá estavas tu a anunciar o teu namoro com a Filipa e eu desabei em lagrimas. Só queria vingar-me de ti por me teres dado outra vez esperança e tornado a destruí-la, por me teres feito quebrar a promessa de nunca chorar por um rapaz. Foi por isso que nesse dia também eu anunciei o meu namoro com o Adam. Eu ia acabar com ele, sabias? Mas eu queria que soubesses que já não sentia nada por ti e foi a única forma que tive de te demostrar isso. – Espalhei as minhas mãos no peito dele e afastei-me alguns milímetros para o poder olhar nos olhos. – Sabias que nunca disse amo-te pessoalmente a ninguém? Mesmo quando escrevo é raro escreve-lo em português, porque nunca senti que fosse totalmente verdadeiro. Sempre achei que à tanta gente a dizer amo-te tao vaziamente que nunca quis fazer o mesmo. E desde que te conheci só tenho vontade de to dizer. Por isso, aqui vai. Amo-te, amo-te mesmo muito, como nunca amei ninguém. Amo-te tanto que faz parecer ridículo o que sentia quando pensava gostar de outra pessoa. – Suspirei de alivio por, por fim, poder ter dito tudo aquilo de uma vez. – Se me amas também, quero que acabes com a Filipa, eu acabo com o Adam e ficamos juntos. – E não é que era tao simples?
  - Eu… - O meu coração apertou, saltando uma batida e outra batida; era como se o tempo tivesse parado; tudo dependia do que ele dissesse agora.
  Como é que tudo, a minha vida, o meu futuro, a minha felicidade, poderiam depender de apenas umas quantas letras, umas frases? Seriam palavras que mudariam o meu mundo, o meu rumo; seriam a minha decisão de ficar ou seguir em frente.

Maybe The End

PhiK*


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Tou viciada na porra da nova musica em que o Bill participou *--*
Até já tou com medo que eles lancem um novo CD o.o
Vou andar com os fones colados nos ouvidos, tou mesmo a ver.

6 comentários:

  1. Ooooohhhh....gosto tanto! Está tão fofinha, tão querida...mas ao mesmo tempo tem um lado mais dramático...oh está mesmo linda!
    Gostei muito (:
    Podias continuá-la ;)

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  2. Ainda bem *-* Pois tem :$
    Obrigado :3
    Podia, mas ela é em parte verdadeira... talvez a continue, se ela tiver mesmo uma continuação :x

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  3. Quando tu escreveres algo curto não é teu ahaha
    Eu agora não tenho muito tempo mas leio logo que tenha :*
    eu agora estou é com o novo álbum do Adam Lambert ahah
    Beijinhos <3

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    1. É claro, quando escrevo é em grande xD
      uhh, tenho de ouvir o novo CD :D

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  4. Peguei um cigarro do maço cheio e levei-o aos lábios, acendendo-o de seguida e inspirando aquele fumo intoxicante mas relaxante para dentro dos meus pulmões. NO ME GUSTA -.-'

    que raio é penha?! :s

    A OS está linda...
    Vá, agora deixaste-nos curiosas, vai postando o resto...
    Phi, qualquer coisa já sabes ;D
    Beijinhos

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  5. Ahah x)

    Penha, é uma sena que há nas festas da minha terra, cada penha tem uma especie de casa abandonada que arranjam, colocam um balcão e metem lá senas para formar uma especie de 'bar' onde se bebe o que se quer e nao se paga nada xD

    Thank's :)
    Pois :x Continuo se ela tiver continuaçao x.x se tiver, só depois de Agosto...
    Sei love +.+
    Billyjinhos

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