4§ ‘Strange’
Hemely e eu andamos em mudança numa semana terrível. Fizemos dezenas de viagem entre Bom Temps e Shreveport. Compramos móveis novos e decoração nova para a casa e depois de uma limpeza a fundo, colocamos as decorações mais modernas.
A vivenda já era bastante antiquada e o recheio também, mas agora estava com melhor ar. Fiquei no meu velho quarto, mas mudei um pouco as coisas. A cama era grande e antiga, daquelas de madeira, altas e com uma espécie de véu a cair em cima. Mantive a cama por adorar o estilo dela. Mudei a colcha branca por uma de vermelho cor de sangue, os tapes coloquei em tons de preto e os móveis continuaram os mesmos em tons castanho-escuro como a cama. Os cortinados eram, dois vermelhos como a colcha e um preto no meio. Ficou escuro, mas eu gostava do quarto assim. Também tinha uma casa de banho no quarto, assim não teria de usar a do corredor.
A Hemely ficou num quarto do segundo piso. Também era grande, mas ela optou por mudar mais que eu. Trouxe a cama do seu apartamento, uma baixinha mas comprida, que colocou no centro do quarto com uma colcha verde alface. Os cortinados eram duplos, com verde e azul-marinho. Os tapetes tinham várias cores à mistura, com rosa, verde e azul. Também tinha uma secretária branca num canto com o seu portátil em cima. Não tinha casa de banho no quarto, mas também não era muito longe da casa de banho do piso superior.
O quarto dos meus pais foi remodelado. Tinha um grande armário de madeira negra incorporado numa das paredes laterais e a cama de madeira do mesmo tom do armário, com uma colcha cinza e tapetes brancos. Tinha um tocador simples onde coloquei alguns dos meus cosméticos só para não ficar vazio. Era um quarto agradável e ainda mantinha um pouco do cheiro dos meus pais… Ficaria como quarto de hóspedes se algum dia tivesse visitas. Doei as roupas deles e algumas mais coisas a lares. Alguém precisaria mais delas do que eu, certo?
- Ufaa. Está terminado. – Hemely bufou, caindo no sofá de cabedal branco que tínhamos comprado ontem.
- Yah. – Sentei-me ao seu lado, vendo o que passava na TV. – Finalmente temos a casa arrumada.
- Não sei quanto a ti. Mas detesto viver no meio de uma floresta, onde há um cemitério e a casa mais próxima é mesmo depois dele. – Ri baixinho. A minha melhor amiga conseguia ser meio medricas.
- Eu cresci aqui. Estou familiarizada com isto. É muito calmo, vais ver.
- Espero que sim.
- Estou a ver que estás com óptimo aspecto. – Eric beijou-me a bochecha. – Tenho pena que tenhas ido morar para tão longe, mas ao menos não tens intenções de ir embora no meu bar, não é?
- Claro que não. – Sorri e acabei de servir os meus clientes.
- Lhy. – Encarei Eric novamente, estava sério. – Voltas-te a ver aquele… rapaz?
- Hum? – Arqueei a sobrancelha, confusa. – Qual?
- O rapaz estranho, de tranças?
- Não. – Eric tinha visto o cliente estranho de à uma semana atrás?
- Ainda bem. – Disse com um suspiro de alívio. Arqueei mais a sobrancelha. Olhei em volta para confirmar que os clientes sentados na minha secção de mesas não queriam mais nada e parei o meu olhar na porta do bar.
- Estás com azar. Ele vem ai… e sentou numa das minhas mesas.
Peguei o bloco de notas e a caneta para ir atende-lo. Eric puxou o meu braço bruscamente e olhei resignada para ele. Parecia vermelho e com algo de raiva no rosto.
- Eu atendo-o. Não te importes com ele. – Disse-me sem me olhar.
- Não. – Ripostei, largando-me do seu aperto no meu braço. – É meu cliente, eu atendo. Desde quando te importas com os clientes que atendo?
- Desde que não são bons para ti. – Desta vez olhou-me.
- Ele não me fez nada. Alem disso, já tive clientes que me apalpassem e não fizeste nada, eu soube defender-me certo? – Virei e caminhei na direcção ao rapaz de tranças e ele sorriu-me.
- Estava a ver que ias arrancar a cabeça ao cão. – Falou numa voz neutra.
- Não insulte o meu patrão. Vai pedir algo?
- Estava só a dizer a verdade. – Levantou as mais em sinal de paz e sorriu. – Quero uma cola.
Fui ao balcão e voltei com uma Coca-Cola sobre o olhar de Eric. Estava realmente estranho.
Continuei a fazer a ronda entre as mesas, quando olhei para a mesa do rapaz de tranças, não estava lá mais e a Coca-Cola estava intacta no copo de vidro.
- Estranho. – Murmurei despejando a bebida pelo lavatório atrás da bancada do bar.
Eric fechou a porta do bar atrás de mim e começou a acompanhar-me ate ao meu carro. Despedi-me com dois beijos e ele arrancou. Entrei na picape cinzenta. Supus que Hemely já estivesse em casa, mas eu ainda tinha meia hora de caminho e o relógio já marcava três da amanhã.
Liguei os faróis do veiculo enquanto passava numa estrada bem escura no meio do nada. E então travei fundo. Algo tinha-se atravessado na minha frente. Sai da carrinha mas não encontrei nada. Dei mais dois passos à frente da picape e os faróis desligaram-se. Ficou escuro, não tinha nem uma única luz. Arrepiei-me até à ponta dos cabelos e tentei voltar ao carro. Mas uma mão fria agarrou-me pelo pescoço. Levantou-me alguns centímetros do chão e só pude ver os seus olhos vermelhos e uns dentes brancos pontiagudos sobressaírem em frente à minha face.
Um vampiro! Exclamei para mim mesma.
- Lhy? – Abri os olhos e Hemely estava acima de mim. – Uh. Acordou. – Sorriu.
- O que se passou? – Perguntei sentando-me na minha cama.
- Chegas-te a casa cansada e depois de atravessares a porta de casa, desmaias-te do nada. Estavas bem pálida.
- Não me lembro… não me lembro de… - Recordei os olhos vermelhos. – Acreditas em vampiros? – Indaguei num sussurro.
- Não! – Exclamou e vi-a morder um lábio. – Onde forte buscar isso?
- Nada. Esquece. – Voltei a deitar e olhei o despertador digital na mesinha de cabeceira, eram duas da tarde.
- Tu acreditas? – Perguntou-me inesperadamente.
- Sim. – Eu sempre fui apaixonada por histórias de vampiros e acreditava que existissem, se não, como tinham surgido essas histórias? – Eu acredito que sim.
- Bem, é contigo. – Levantou-se da minha cama e foi até a porta do quarto. – O almoço está pronto. – Avisou e saiu.
Arrastei-me até à casa de banho privada e tomei um duche rápido. Era o meu dia de folga, iria espairecer e aproveitar o sol. Vesti um biquíni preto e vermelho (as minhas cores preferidas) e coloquei um vertido branco de alças. Calcei também uns chinelos brancos de borracha e fui até a cozinha.
- Vou abrir uma espreguiçadeira no pátio traseiro para apanhar sol. Queres que coloque uma para ti? – Perguntei a Hemely que colocava ovos mexidos e salada de alface com tomate num prato (para mim) e bacon, salsichas e batatas de pacote num outro prato (para ela).
- Sim, por favor. – Sorriu. – Comemos lá fora?
- Sim. – Peguei em duas bandejas e coloquei dois copos com sumo de laranja natural neles. Adicionamos os pratos com comida, os talheres e os guardanapos.
Fomos para fora. Coloquei duas espreguiçadeiras, uma ao lado da outra e deitamo-nos para comer o almoço tardio. O sol estava bem alto e fazia calor. Tínhamos sorte da floresta começar bem mais à frente, assim não levaríamos com as sobras delas. Talvez pudesse mandar construir uma piscina aqui nas traseiras.
Coloquei o tabuleiro de lado e despi o vestido, deitando-me de costas para o sol. Hemely fez o mesmo e fiquei surpresa por ela já ter o seu biquíni vestido também. Já devia estar a prever.
- Sabes quem vive na casa do outro lado do cemitério? – Indaguei abrindo um olho para fitar Hemely.
- Como devia saber? Tu é que moraste aqui.
- Tens razão. Mas não me lembro quem lá morava e pensei que talvez soubesses por chegares mais cedo a casa normalmente.
- Se estavas à espera de um cestinho com frutas ou uma tarte de amoras como boas-vindas de volta à terrinha, estás bem enganada. – Riu.
- Claro. Porque não? – Ri também.
(Continua)
(a) Suponho que isto compence o tempo que eu tive dezaparecida...
Uhhhh, e expero ter-vos deixado ainda mais curiosas x)
Cala-te Phi ! XD
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"Algumas destas crianças vivem com pesadelos tão medonhos nas suas cabeças, que cada movimento fica imbuído de um terror desconhecido. Algumas vivem debaixo de uma violência e perversidade impossíveis de expressar por palavras. Algumas vivem sem a dignidade concedida aos animais. Algumas vivem sem amor. Algumas vivem sem esperança. No entanto, aguentam. E, na sua maioria, aceitam, por desconheceram outro tipo de atitude.
(...)
... sobrevivente"
A rapariga que não queria falar - Torey Hayden
Uma história veridica, de uma menina de 6 anos que rapta e ateia fogo a um menino de 3 anos...
Mas no fundo, essa menina é dotada de uma inteligencia superior a todas as outras crianças, com um OI acima do normal e tudo!
Passa por senas inmaginaveis e crueis, coisas chocantes...
No fundo identifiquei-me com ela.
Ambas nascemos num meio não digno de crianças, sem o afecto que todas nessecitam para crescer e assim, obrigadas a crescer sem ajuda e com mais rapidez que os outros, deixando entao, mais tarde, traços de criança que nao puderam aproveitar quando o deviam.
Gostava seriamente de conehçer esta garota, agora um mulher, eventualmente.
Talvez também a escritora/professora.
Gostava de saber se conseguiu uma vida melhor do que a anterior. Se conseguiu superar o que aconteceu com o tio e se ainda receia usar vertidos curtos...
Só tenho pena que a Tor nao a tenha adotado. Mas o api dela amava-a e seria injusto tira-la dele mesmo depois de tudo...
Quem quizer, eu recomendo o livro. É bom, muito bom
Ajuda a ver perseber o lado as crianças perturbadas e etc...
É fascinante e só de saber que é real, que aconteceu mesmo, é ainda mais coise...
Nao é muito caro, acho que 14 euros.
Procurem ler-lo, acho que faz bem a todos entender que a vida nao é um conto de fadas, tal como eu e a Sheila sobemos anecipadamente.
Kissy*
Desculpa não te poder ajudar... acho que não á mesmo maneira... :'(
ResponderEliminarTalvez leia o livro...
O Cap. tá optimo... Lembras-te de dizer que me baseie em ti para a minha composição do Intermédio de Português?! A Filipa (que eras tu, não tinha tempo para enventar nomes!) também tinha um bikino vermelho e preto xD
Beijinhos da mana
Arrancar a cabeça ao cão xDD
ResponderEliminarEste Tom xDDD
O.O Foi mordida? O.O
Mais!
Jinhos ^-^
P.S. Vou ver se saco o livro à minha mãe muahahaah (aa)
Olha só te quero dizer uma coisa:
ResponderEliminarli esse livro há uns três anos e o ano passado li a continuação "A menina que nunca chorava". Acho que é a perfeição de livro.
PS(mais importante)-o capítulo está optimo
:D
Billjinhao grande da Nih
ÓÓÓwwwa Goma !!
ResponderEliminar:p
Como estás? Well, o capitulo é grandito...
Deu para compensar o tempo que estiveste fora sim +.+
Mas não é por nada...quando é que postas a seguir??
Rápido porque uma pessoa tá aqui toda coisa...e tal...
Olha se postares nestes dois dias eu posso só vir na Sexta lá para a noite para postar o meu ultimo x.x Por isso n estranhes se nao comentar...e alem disso ando cm uns problemas e bla bla bla..
Tschüssy Goma da Bunny ♥
ILD Für immer